terça-feira, 21 de junho de 2011

Pantera Negra EXU ou Caboclo?

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No rico universo místico da Umbanda, existem entidades pouco conhecidas e estudadas. Com o tempo, é natural que algumas delas sejam esquecidas por nós. Uma delas é Pantera Negra, celebrado por uns como caboclo e por outros como exu.




Seu Pantera era mais conhecido pelos umbandistas de antigamente, quando

muito terreiro era de chão batido, caboclo falava em dialeto, bradava alto e

cuspia no chão.



Nas sessões ele comparecia sempre sério, voz de trovão, abraçando bem

apertado o consulente que atendia. Não gostava muito de falatório, queria

mesmo é trabalhar.



O tempo foi passando e raramente o encontramos nos centros, tendas e outros agrupamentos de nossa Umbanda. Aonde terá Seu Pantera ido?



O falecido Pai Lúcio de Ogum (Lúcio Paneque, de querida memória), versado

nos mistérios da esotérica Kimbanda, que se diferencia da popular Quimbanda e está distante da vulgar Magia Negra, dizia que Pantera Negra era chefe de uma Linha de Caboclos que atuam na Esquerda.



Estes caboclos, explicava Pai Lúcio, eram espíritos oriundos de tribos

brasileiras muito isoladas e desconhecidas, ou de tribos das ilhas do

Caribe, Venezuela, México e mesmo dos Estados Unidos.



Índios fortíssimos, arredios e alguns até brutos, as vezes gostam de marcar

seus “cavalos”, ordenando que coloquem na orelha uma pequena argola e no

braço uma espécie de pulseira de ferro.



Ainda costumam receber suas oferendas em encruzilhadas na mata, na

vizinhança de uma grande árvore. Podem ser assentados em potes de barro com ervas especiais, terra de aldeia indígena e outros elementos secretos, que são consagradas por sacerdotes iniciadas nos mistérios destes espíritos.

Pai Lúcio ainda dizia, que a maioria dos médiuns destes caboclos são homens.



Os mais conhecidos, além de Pantera Negra, são : Caboclo Pantera Vermelha, Caboclo Jibóia, Caboclo Mata de Fogo, Caboclo Águia Valente, Caboclo Corcel Negro e Caboclo do Monte.



Alguns irmãos umbandistas conhecem estes trabalhadores astrais, com o nome de Caboclos Quimbandeiros.



Pantera Negra aparece como caboclo e exu, mesmo fora da Umbanda. Na região Sul do Brasil, principalmente, o encontramos dentro de um grupo muito especial, chamado de Caboclos Africanos.



Ali ele se manifesta com o nome de Pantera Negro Africano, ao lado de

Arranca-Caveira Africano, Arranca-Estrela Africano e Pai Simão Africano,

entre outros. A maneira de atuar destes entes é muito parecida com a dos

Caboclos Quimbandeiros, sendo confundidos com frequência.



Alguns adeptos e médiuns que trabalham com estas entidades, acreditam que é o mesmo Pantera.



Porém Seu Pantera Negra vai além. Seu culto é encontrado nos Estados Unidos e no Caribe, como tive a oportunidade de conhecer, dentro do Xamanismo Nativo, Santeria Cubana (ou Regla de Ocha) e Palo Monte.



Lembro de David Lopez, um santero de Porto Rico. Quando ele fez dezesseis

anos, sua tia, Dona Carita, o levou a uma festa de Orixá e ali ele desmaiou.

Aconselhado por um babalawo, David resolveu fazer o santo. Antes da

iniciação para seu Orixá, como de costume no Caribe, foi celebrado um ritual em honra aos ancestrais (eguns). Na celebração, incorporou em nosso amigo um espírito de índio bravíssimo… Batia muito no seu magro peito e

vociferava como se estivesse em uma guerra. Quando foi pedido o seu nome,disse o indígena: sou Pantera Negra!



Vi o mesmo tipo de transe aqui no Brasil, em raros médiuns de Seu Pantera,

como o querido irmão Mário (Malê) de Ogum, sacerdote umbandista.



No Haiti ele é conhecido como Papa Agassou (Pai Agassou) e aparece como uma negra pantera e não mais como índio.



A tradição considera que ele veio da África, da região do antigo Dahomé,

onde era celebrado como totem e protetor da Casa Real. O primeiro nobre

desta linhagem, contam os mais velhos, foi um homem-fera, pois tinha pai

pantera e mãe humana.



Agassou é muito temido, pois é profundamente justo e não perdoa os fracos de caráter. Poucos médiuns conseguem suportar a incorporação dele ou de outros espíritos da família das panteras. É necessária muita preparação, firmeza de pensamento e moralidade. Do contrário, e isto realmente acontece, o médium começa a sangrar muito durante a incorporação. É terrível.



Em outras ilhas do Caribe, também encontramos seguidores de Pantera Negra..



Alguns o invocam como espírito indígena e outros como uma força africana,

meio homem, meio felino.



ORAÇÃO AOS PRETOS VELHOS

preto velho
MINHAS HOMENAGENS AO POVO DE ARUANDA.


SARAVA! SALVE! SARAVA! SALVE TODO POVO DE ARUANDA! SALVE A FALANGE DOS PRETOS VELHOS!

OXALÁ DERRAME SOBRE ESTE POVO AS SUAS BENÇÃOS!

SALVE 13 DE MAIO!

NEM TODO BRANCO É BRANCO, NEM TODO PRETO É PRETO E NEM TODO VELHO É VELHO!

ESTA É A VERDADE DA UMBANDA, LEIAM E PENSEM; LEVEI 40 ANOS PARA SABER SOBRE ESTE SINCRETISMO, HÁ SIM MUITA SABEDORIA!



AMAI-VOS UNS AOS OUTROS E INSTRUÍ-VOS

ESTE FOI O MANDAMENTO DO NOSSO MESTRE JESUS .


ORAÇÃO DOS PRETOS VELHOS

“Senhor, Nosso Pai, que sois o Poder, a Bondade, a Misericórdia, olhai por aqueles que acreditam em Vós e esperam por vossa bondade, poder e misericórdia. Dá Pai, aos que vacilam ao Vosso Poder, na Vossa Misericórdia e Bondade, a clareza de pensamento e abri-lhes, Senhor, os olhos para que pratiquem sempre o bem, a caridade para com os outros dentro da humildade de Vossa Sabedoria, reconhecendo assim a Vossa Existência, Poder e Misericórdia, bem assim, o Vosso Reino. Senhor, perdoa aqueles que a escuridão ainda não deixou ver os erros cometidos na sua passagem terrena. Dá, Senhor, a eles que sofrem a luz de Seu imenso Amor e da Sua Sabedoria. Que a sua luz nos ilumine neste mundo e em outros que ainda desconhecemos, e em todos os lugares por onde passarmos nos proteja. Oh ! Meu Pai Santíssimo !! A nós pecadores, aceita o nosso arrependimento dos erros que temos cometido. Pai, pela sua sagrada bondade e paixão, consenti que caminhe até vós pelo caminho da perfeição. Dá Senhor, orientação perfeita no caminho da virtude, único caminho pelo qual devemos trilhar. Misericórdia aos nossos inimigos. Perdão a todos os nossos erros, e que Vossa Bondade não nos falte hoje e sempre…

Amém”.

GRAÇAS A DEUS!




COMIDA DE SANTO


Comidas rituais são as comidas específicas de cada Orixá, que para serem preparadas são submetidas a um verdadeiro ritual. Esses alimentos depois de prontos são oferecidos aos Orixás acompanhados de rezas e cantigas, durante a festa ou no final, em grande parte são distribuídas para todos os presentes, são chamadas comida de axé pois acredita-se que o Orixá aceitou a oferenda e impregnou de axé as mesmas.






Eis então algumas das principais comidas:



Acarajé – é a comida ritual do Orixá Iansã. O acarajé é feito com feijão-frade, que deve ser partido num moinho em pedaços grandes e colocado de molho em água para soltar a casca, após retirar toda a casca, passar novamente no moinho, desta vez deverá ficar uma massa bem fina. A essa massa acrescenta-se cebola ralada e um pouco de sal. O segredo para o acarajé ficar macio é o tempo que se bate a massa. Quando a massa estiver no ponto ela fica com a aparência de espuma, para fritar use uma panela funda com bastante azeite de dendê.



Ado – é uma Comida ritual feita de milho vermelho torrado e moído em moinho e temperado com azeite de dendê e mel, é oferecido principalmente ao Orixá Oxum.



Amalá – é comida ritual do Orixá Xangô. É feito com quiabo cortado, cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê ou azeite doce, pode ser feito de várias maneiras. É oferecido numa gamela forrada com massa de acaçá.



Axoxô – é comida ritual do Orixá Oxóssi, milho vermelho cozido refogado com cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê, enfeitado com fatias de coco sem casca.



Deburu – é a comida ritual do Orixá Obaluaiyê , é o milho de pipoca estourado numa panela com areia . Depois de peneirar a areia essa pipoca é colocada num alguidar ou tigela (de barro) e enfeitado com pedacinhos de coco.



Ekuru – é uma comida ritual de diversos Orixás, a massa é preparada da mesma forma que a massa do acarajé , feijão-frade sem casca triturado, envolta em folhas de bananeira como o acaçá e cozido no vapor.



Omolocum – comida ritual da Orixá Oxum , é feito com feijão-frade cozido, refogado com cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê ou azeite doce. Enfeitado com camarões inteiros e ovos cozidos inteiros sem casca, normalmente são colocados 5 ovos ou 8 ovos, mas essa quantidade pode mudar de acordo com a obrigação do candomblé.



Abará – é um dos pratos da culinária baiana e como o acarajé também faz parte da comida ritual do candomblé . A preparação da massa é idêntica à do acarajé. Quando comida ritual, coloca-se um pouco de pó de camarão e quando da culinária baiana coloca-se camarões secos previamente escaldados para tirar o sal, que pode ser moído junto com o feijão e depois colocar alguns inteiros. Essa massa deve ser envolvida em pequenos pedaços de folha de bananeira semelhante ao processo usado para fazer o acaçá e deve ser cozido no vapor em banho-maria; é servido na própria folha.



Acaçá – é uma comida ritual do candomblé e da culinária baiana . Feito com milho branco ou milho vermelho, que após ficar de molho em água de um dia para o outro, deve ser moído num moinho formando uma massa que deverá ser cozida numa panela com água, sem parar de mexer, até ficar no ponto. O ponto de cozedura pode ser visto quando a massa não dissolve se pingada num copo com água. Ainda quente essa massa deve ser embrulhada em pequenas porções, em folha de bananeira previamente limpa, passada no fogo e cortada em tamanho igual para que todos fiquem do mesmo tamanho. Coloca-se a folha na palma da mão esquerda e coloca-se a massa, com o dedo polegar dobra-se a primeira ponta da folha sobre a massa, dobra-se a outra ponta cruzando por cima e virando para baixo, faz o mesmo do outro lado. O formato que vai ficar é de uma pirâmide rectangular.



Caruru – É uma comida ritual do candomblé e da culinária baiana. É preparado com quiabo cortado em quatro de comprido e depois em rodelas, cebola ralada ou batida no processador, pó de camarão, sal, azeite de dendê, castanha-de-caju torrada e moída, amendoim torrado sem casca e moído. Preparação: Numa panela coloque azeite de dendê, a cebola e o sal, refogue um pouco, em seguida coloque o quiabo cortado, colocar um pouco de água e deixar cozinhar, quando estiver cozido colocar aos poucos a castanha e o amendoim acrescentando um pouco mais de dendê, depois de pronto é colocado numa gamela.



Efó – é uma comida ritual e da culinária baiana , pode ser feita com a folha chamada língua de vaca ou com folha de mostarda. Preparação: Meio quilo de camarão seco, descascado. Pimenta-malagueta em pó. Meio dente de alho. Uma cebola. Uma pitada de coentro. Um maço de língua-de-vaca (ou taioba, ou bertalha, ou espinafre, ou mostarda). Primeiro, ferve-se a língua-de-vaca, escorre-se numa peneira, estende-se na tábua e bate-se bem com a faca, até ficar uniforme. Enxuga-se e estende-se na peneira para secar toda a água. Cozinha-se no azeite-de-dendê puro, temperado com tudo o resto. A panela fica tapada, para suar. Come-se com arroz. Nanã, rainha das águas doces, quando escolhe, pede um bom efó de língua-de-vaca.

Tendo como contexto principal a terra e os seus frutos, os Iorubás basicamente subsistiam pela colheita do inhame (isu), milho (àgbado), feijão (ewa), quiabo (ilá) e mandioca (paki). São estes os elementos principais que encontramos até hoje nas comidas que são confeccionadas para os Orixás no Candomblé.

A comida é assim claramente também mais uma tradição que foi trazida de África pelos escravos e que foi mantida no culto do Candomblé.

A preocupação com o comer é uma constante na vida do ser humano, transformando-se, quase sempre, na sua ocupação principal. A sorte, a ajuda, os pedidos para uma boa colheita, boa caça, um bom trabalho, etc. fizeram também sempre parte das preocupações, e como forma de agradar aos Orixás a comida era “partilhada”, no sentido em que os Orixás também comiam do mesmo tipo de comidas, e desta integração surge a força, a base para os pedidos, para agradecimentos – as comidas dos Orixás – ONGE BILE – as chamadas comidas secas.

São estas as comidas que são hoje em dia dadas em oferenda aos Orixás, fazendo parte de maioria dos rituais nos quais se invoca a sua presença, a sua participação ou ajuda. Desde os simples Ebós e Oferendas até aos mais complexos rituais de Iniciação, a comida é sempre uma parte muito importante.

Os ingredientes que a compõem, a forma como é confeccionada, tudo tem o seu preceito próprio, e assim, uma determinada comida, que contém determinados elementos energéticos, é apropriada para este ou para aquele Orixá especificamente.

Entenda-se que o Orixá não come “fisicamente”, mas alimenta-se, isso sim, da energia e da vibração da comida que lhe é oferendada, porque esta integra determinados elementos que se coadunam com a sua própria energia, com o seu campo vibratório e características naturais.

Abaixo encontra alguns exemplos das comidas que são oferendadas e também a forma cuidada como são apresentadas nas entregas.



Dias da Semana e Saudações aos orixas

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Dias da Semana e Saudações aos Orixás UMBANDA


Dias e Saudações aos Orixás…



DIAS DOS ORIXÁS:

SEGUNDA – FEIRA * Exu, Pomba Gira, Obaliuaie, Omulu, Pretos Velhos (Iorumá) e almas aflitas

TERÇA – FEIRA * Ogum, Boiadeiros e Baianos

QUARTA – FEIRA * Xangô e Iansâ

QUINTA – FEIRA * Oxossi, Caboclos e Caboclas

SEXTA – FEIRA * Oxalá, Almas Santas e Linha da Oriente liderada por São João Batista

SÁBADO * Iemanjá, Oxum, Nanã Buruke, Ondinas, Sereias, Caboclas, Iaras e Marinheiros

DOMINGO * Iori (Cosme e Damião), Crianças e Ibejadas



SAUDAÇÕES

Saravá Oxalá * Oxalá Meu Pai

Saravá Ogum * Ogum Iê Meu Pai

Saravá Xangô * Caô Cabecilê

Saravá Obaluaie * Atotô Obaluaiê

Saravá Oxossi * Okê Caboclo

Saravá Iemanjá * Odoceyá

Saravá Oxum * Aêê Mamãe Oxum

Saravá Iansã * Uepa hey Iansã

Saravá Nanã Buruke Saluba Nanã

Saravá Cabloco * Okê Cabloco

Saravá aos P.Velhos * Adorei as Almas

Saravá as Crianças * Beijada

Saravá Exu * Aruê Exú

Saravá Pomba Gira Aruê Exu Pomba Gira




ervas & banhos

Os banhos energéticos são muito utilizados para ajudar na limpeza de nossa aura e para atrair bons fluidos em situações específicas. Protegem contra forças negativas, nos auxiliam na abertura de nossos caminhos financeiros, amorosos, na nossa saúde, enfim nos trazem apenas benefícios.


O preparo de um banho energético é um ato mágico, um ritual que deve ser feito com concentração e sempre bons pensamentos.

Ilumine seu anjo de guarda, ore pela finalidade a qual você vai preparar seu banho e mantenha sua mente livre de pensamentos negativos e prejudiciais ao seu objetivo.





Antes dos banhos energéticos, sempre tome seu banho higiênico normalmente.

Os banhos devem ser jogados sempre do pescoço para baixo (exceto o banho de rosas brancas), de cócoras e na direção da rua. A temperatura da infusão deve estar sempre mais para fria do que para quente. Procure enxugar-se o menos possível para que permaneçam os bons fluidos conseguidos através das ervas, plantas, flores e demais componentes do seu banho.

As sobras do banho devem ser jogadas em água corrente para que a limpeza seja completa.



Dicas de Banhos



Banho para atrair mulheres



Ferva 2 litros de água e quando levantar fervura colocar os seguintes ingredientes:

7 paus de canela

3 punhados de catuaba ( a planta)

21 cravos da índia

3 punhados de camomila ( a planta)

E o MAIS importante, 7 gotas do seu perfume pessoal (se você não tiver nenhum de sua predileção, procure em lojas especializadas um perfume que agrade seu paladar, ou seja, não tenha vergonha de provar o gosto do perfume. Caso tenha timidez para fazer isso, peça para uma das vendedoras ajudarem você a escolher uma fragrância que combine com seu jeito, estilo e personalidade.

Desligar o fogo, tampar a panela e deixar descansar por pelo menos 3 horas.

Jogue do pescoço para baixo sempre de cócoras e virado para a direção da porta da rua. Procura não se enxugar muito, coloque mais um pouco do seu perfume e boa sorte.

Banho de Limpeza

3 galhos de guiné

3 galhos de alecrim

1 espada de São Jorge partida em três (retirando-se a ponta e a raiz)

3 folhas de louro

3 galhos de arruda

3 punhados de alfazema

3 punhados de levante



Ferver água suficiente, jogar as ervas, desligar o fogo e abafar.



Outro banho de limpeza

Misture em porções iguais: sementes de girassol, espada de São Jorge, guiné, arruda, palmeira brava, cravos brancos e cravos vermelhos.



Ferver água suficiente, jogar os ingredientes, desligar o fogo e abafar.



Banho para fortalecer a aura

7 rosas brancas comuns ou 7 rosas brancas de jardim também conhecidas com “rosinha de Santa Rita”



Ferver 2 litros de água, jogar as rosas, sem os cabos, desligar o fogo e abafar.



Banho de amor para mulheres atraírem homens

7 rosas vermelhas sem os cabos

7 gotas de mel



Ferver 1 litro de água, jogar as rosas, desligar o fogo e abafar. Este banho deve ser tomado quando estiver na temperatura mais fria possível.



Banho para prosperidade

7 folhas de pitanga

7 folhas de romã

7 folhas de café

7 folhas de melissa

7 folhas de eucalipto

7 folhas de manjericão

7 folhas de dinheiro em penca



Ferver água suficiente, jogar as ervas, desligar o fogo e abafar.



Banho para atrair clientes e bons negócios

500 gr de alpiste

7 gotas de mel



Separar em duas porções de 250 gr.

À noite – Em 2 litros de água, cozinhe 250 gr de alpiste com 7 gotas de mel.

Pela manhã – Coe e apare a água num recipiente. Depois de seu banho de higiene matinal, jogue o banho do pescoço para baixo.

Quando estiver saindo de casa para o trabalho, vá jogando desde o portão de sua casa, até a porta do seu local de trabalho os 250 gr de alpiste que haviam sido previamente separados

Este banho traz muita clientela e bons negócios.



Banho para recuperar a saúde

250 gr de canjica

7 gotas de mel



Em 2 litros de água, cozinhe a canjica e o mel, até que a canjica fique bem molinha.

Coe e apare o líquido num recipiente e depois de bem frio, jogue do pescoço para baixo.




O FOGO

Chamamos de fogo o resultado de um processo muito termoquímico exotérmico de oxidação. Geralmente, um composto químico orgânico como o papel, a madeira, os plásticos, os gases de hidrocarbonetos, gasolina e outros, susceptíveis a oxidação, em contato com uma substância redução

oxidante (oxigênio da atmosfera , por exemplo) necessitam de uma energia de ativação, também conhecida como temperatura de ignição. Esta energia para inflamar o combustível pode ser fornecida através de uma faisca ou de uma chama. Iniciada a reação de oxidação, também denominada de combustão ou queima, o calor desprendido pela reação mantém o processo em marcha.





Por Adalberto Antônio Pernambuco Nogueira (in memoriam)



Presidente da União de Umbanda (Porto Alegre/RS)



Trechos publicados em duas edições no Jornal JOCAB (meados de 1994)



O chamado ponto-de-fogo, um dos mais utilizados recursos da Umbanda e dos Cultos Africanos, é o efetuado com a pólvora e para finalidades as mais diversas. Seu uso na Magia Negra é bastante difundido e os feiticeiros o utilizam em suas investidas contra seus adversários ou suas vítimas.



A pólvora é também conhecida por fundanga ou tuia e a sua fabricação pode ser caseira ou industrializada. A diferença entre uma e outra é idêntica a dos defumadores ou banhos de ervas colhidas e os comprados em firmas especializadas, isto é, nestas falta-lhes o preparo mágico indispensável e a dosagem exata de seus componentes o que, por vezes, impede seja atingido o fim colimado.



Fundanga é uma expressão de origem kimbundo e seu significado, naquele idioma, é exatamente, pólvora.



Quanto a tuia, ainda que por sua morfologia nos afigure palavra de origem indígena é oriunda do ioruba tuyo que significa expelir, deslocar para fora.



A palavra representativa de pólvora nos idiomas indígenas, somente a fomos encontrar no tupi e é uma palavra arcaica e obsoleta na Umbanda, pois jamais ouvimos sequer um Caboclo solicitar mocacui para seus trabalhos, dando preferência, invariavelmente, às expressões de origem africana.



A pólvora é um elemento de Magia ambivalente prestando-se, destarte, à serviços para o Bem e o Mal. É, pois, por sua potência, um dos recursos mais utilizados pelos feiticeiros para o enfeitiçamento de pessoas ou coisas tendo, ainda, o inusitado dom de transmitir ou conferir, a quem quer que seja, todo o poder que sua utilização seja feita com a estrita obediência dos preceitos de Magia e independentemente do fim a que se destina.



Tais fatores, conjugados, nos levam à conclusão de que todos os trabalhos com pólvora exigem uma concentração e precaução extraordinárias. Daí o porquê só devam ser feitas por entidades, na sua quase totalidade Exus, ou quando considerarem oportuno, delegarem poderes a um médium especializado para sua execução.



O primeiro nos impulsiona constantemente para a frente e para o alto nos dá ânimo e pertinácia em todos os nossos passos, nos concede o ardor, a iniciativa, o espírito de luta, a vontade e a capacidade de satisfazer nossos desejos atingindo o objetivo de nossas aspirações mas, em troca, nos oferece a inquietude, a inconstância e o amor às mudanças e novidades, a impulsividade que nos leva a ações inconseqüentes, recolhendo frutos não amadurecidos e perdendo os melhores e mais compensadores resultados de nossos esforços.



O segundo, é aquele que nos tolhe e nos traz desenvolvimento, fazendo-nos introspectivos, nos causa medo e a reflexão, nos leva a cingir-nos e a fixar-nos tanto no erro quanto na verdade, nos hábitos viciosos e virtuosos, nos torna fiéis e perseverantes, firmes em nossa vontade e tenazes esforços, e nos capacita a atrair aquilo para o que estamos interiormente sintonizados pelos nossos pensamentos, convicções e aspirações.



Em contraposição, nos acarreta a desilusão e o discernimento, nos afasta das mudanças e de toda ação irreflexiva, porém, também, de todo progresso, esforço e superação.



Apresenta-nos, agora, o terceiro componente, o carvão, inteiramente distinto dos demais, pois sua propriedade primordial é a fácil absorção dos fluidos de quaisquer naturezas. Assim sendo, todas as emoções astrais são por ele retidas e, por isso, desembaraça os objetos materiais dos fluidos de que se encontram impregnados. Sua ação intermediária, neste sentido, se caracteriza pela lentidão e segurança, e o fato de agir em estado natural obrigam-nos a conjurá-lo quando em seu uso em trabalhos de Magia, a fim de limpa-lo dos maus fluidos de que, porventura, esteja impregnado.



Hermeticamente, o carvão, em seu estado natural é o símbolo da Constância e, em combustão, do Fervor, isto porque, neste estado, consegue dissolver o mais duro dos metais.



O estudo acurado dos elementos componentes da pólvora e da dualidade de suas funções, inerentes a tudo o que existe no Universo, é suficiente ao iniciado para saber onde, quando e como usa-la e, ao Mago, para possibilitar-lhe o conhecimento de seus efeitos malévolos contra indivíduos e coisas, se utilizada no campo da Magia do Mal, assim como aquilatar o poder e os conhecimentos de quem a empregou.



De tudo o que dissemos, deduz-se que a pólvora jamais deve ser queimada dentro de casas ou ambientes fechados e sim, próxima a aberturas, pois o recinto fechado não permite a evaporação das camadas deletérias por ela deslocadas em sua explosão, o que determinará o sobre carregamento do ambiente de novos resíduos, estes já oriundos de sua ação.



Apesar de ser a pólvora a força máxima pra limpeza, seu uso deve ser restrito a casos da mais absoluta necessidade e, além dos cuidados já arrolados no presente trabalho, sob a responsabilidade do Guia-Chefe ou de seu preposto, com o auxílio, é evidente, das falanges trabalhadoras ou evocadas. Outrossim, jamais poderemos iniciar sua combustão senão com fósforos pelo mão-de-fogo, ou charutos, no caso de entidades incorporadas. Em hipótese alguma utilizaremos a chama de velas para tal fim e, muito menos, isqueiros.



Concluindo, queremos frisar que algumas casas, face aos solertes ataques que são dirigidos à nossa Religião, taxada de primitiva, mercê de seus rituais, vêm abolindo o uso da tuia às vezes até em choque com as instruções emanadas dos Guias. A estas acometidas podemos antepor o uso dos fogos nas procissões e festas católicas, principalmente nas de São João, Pedro e Antônio e que, em suma, nada mais representam que uma queima, semelhante aos seus efeitos, ao nosso ponto-de-fogo. Ademais, quando o Astral Inferior que envolve nosso Planeta com suas densas camadas, encontra-se sobrecarregado de cascões, vampiros, magos negros, corpos astrais de animais, formas de pensamento maus, de criação consciente ou inconsciente, artificiais humanos e invólucros vitalizados, estes da mais alta periculosidade e utilizados nos trabalhos de Vodu, o Alto, em sua Eterna Sabedoria, envia violentos temporais cósmicos, onde os efeitos luminosos da queima da pólvora cumbem, pela eletricidade cósmica, de limpar o ambiente. É claro que tais tormentas, tão bem descritas por André Luiz, chegam até nós sob a forma de cataclismos materiais que, em que pese a violência de que se revestem, nada mais são que meros reflexos dos originais.



Então o fogo produzido pelas descargas elétricas age sobre os componentes da pólvora desanuviando o ar pesado e tenso acumulado durante o longo período que as antecedeu.



A descarga da pólvora que efetivamente nada mais é que um insignificante arremedo, no Microcosmo, dos recursos utilizados pelo Poder Universal com idênticas finalidades, é claro, as enormes proporções que o separam do Macrocosmo.



Ao encerrarmos, voltemos à tecla que jamais cansaremos de acionar: se o irmão não estiver devidamente preparado, se não possuir o axé de mão-de-fogo e, principalmente, se não encontrar previamente autorizado por nossos Grandes Mestres ouça nosso conselho e não se arrisque inutilmente a executar vaidosamente um trabalho de tal monta. Se o fizer, estará em idêntica situação de um motorista que, ansioso para mostrar sua habilidade e competência, não se peja em pôr em risco não apenas sua vida, mas, o que é mais grave, a de todos que o acompanham em seu veículo. E, se alguma vez sentir-se tentado a faze-lo que, nesta hora, ressoem em seus ouvidos a Curimba de Fogo, a fim de alerta-lo sobre o erro em que incindirá:



Só queima tuia quem pode queima



Meu ponto é seguro, não deve falhá



Só manda fogo quem pode mandá



Meu ponto é seguro, meu Pai Oxalá



Caso, no entanto, esteja capacitado a faze-lo, que Oxalá o permita, nunca sua mão se aproxime de um ponto-de-fogo com intenções outra as que não a de trazer benefício aos seus semelhantes. Que sua conduta seja reta, sua fé acendrada e a confiança em seus conhecimentos inabalável. Que o irmão aprove, sempre em todas as oportunidades, que é um verdadeiro portador do axé de fogo.



Sarava!



domingo, 5 de junho de 2011

OGUM OU SÃO JORGE

QUEM É OGUM???


QUEM É SÃO JORGE???

LENDA AFRICANA SOBRE OGUM

1. OGUM – ORIXÁ DO FERRO E POR EXTENSÃO, ORIXÁ DA GUERRA.





OGUM era, a princípio, apenas o Orixá do ferro. O ferro com que se faz a ferramenta, a enxada e, também as armas com que os guerreiros se defendiam dos predadores (África = Pátria dos grandes felinos). Naturalmente, a eficiência destas armas fatalmente seria utilizada na guerra.

De todas as lendas africanas sobre os Orixás, a que nos merece maior crédito, pela sua profundidade, é a descrita por Pierre Verger na sua obra ORIXÁS:

“OGUM, como personagem histórico, teria tido o filho mais velho de Odùduà , o fundador de Ifé. Era um temível guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos. Dessas expedições, ele trazia sempre um rico espólio e numerosos escravos. Guerreou contra a cidade de Ará e a destruiu. Saqueou e devastou muitos outros estados e apossou-se da cidade de Irê, matou o rei, aí instalou seu próprio filho no trono e regressou vitorioso, usando ele mesmo o título de Oníìré , “Rei de Iré”. Por razões que ignoramos, OGUM nunca teve direito a usar uma coroa ( adé ), feita com pequenas contas de vidro e ornada por franjas de miçangas, dissimulando o rosto, emblema de realeza para os iorubás. Foi autorizado a usar apenas um simples diadema, chamado àkòró , e isso lhe valeu ser saudado, até hoje, sob os nomes de Ògún Oníìré e Ògún Aláàkòró inclusive no novo mundo, tanto no Brasil como em Cuba, pelos descendentes dos iorubás trazidos para esses lugares.

OGUM teria sido o mais enérgico dos filhos de Odùduà e foi ele que se tornou o regente do reino de Ifé quando Odùduà ficou temporariamente cego.

OGUM decidiu, depois de numerosos anos ausente de Irê, voltar para visitar seu filho. Infelizmente, as pessoas da cidade celebravam no dia da sua chegada, uma cerimônia em que os participantes não podiam falar sob nenhum pretexto. OGUM tinha fome e sede; viu vários potes de vinho de palma, mas ignorava que estivessem vazios. Ninguém o havia saudado ou respondido às suas perguntas. Ele não era reconhecido no local por ter ficado ausente durante muito tempo. OGUM, cuja paciência é pequena, enfureceu-se com o silêncio geral, por ele considerado ofensivo. Começou a quebrar com golpes de sabre os potes e, logo depois, sem poder se conter, passou a cortar as cabeças das pessoas mais próximas, até que seu filho apareceu, oferecendo-lhe suas comidas prediletas, como cães e caramujos, feijão regado com azeite de dendê e potes de vinho de palma. Enquanto saciava sua fome e sua sede, os habitantes de Irê cantavam louvores onde não faltava a menção a Ògúnjajá , que vem da frase Ògún je ajá (“Ogum come cachorro”), o que lhe valeu o nome de Ògúnjá . Satisfeito e acalmado, OGUM lamentou seus atos de violência e declarou que já vivera bastante. Baixou a ponta de seu sabre em direção ao chão e desapareceu pela terra adentro com uma barulheira assustadora.

OGUM é único, mas, em Irê, diz-se que ele é composto de sete partes. Ògún méjeje lóòde Iré , frase com que faz alusão às sete aldeias hoje desaparecidas, que existiriam em volta de Irê. O número sete é, pois, associado a OGUM e ele é representado, nos lugares que lhe são consagrados, por instrumentos de ferro, em número de sete, catorze ou vinte e um, pendurados numa haste horizontal, também de ferro: lança, espada, enxada, torques, facão, ponta de flecha e enxó, símbolos de suas atividades.“

Mais adiante, Verger fala de sua vida amorosa:

“A vida amorosa de OGUM foi muito agitada. Ele foi o primeiro marido de Oiá, aquela que se tornaria mais tarde mulher de Xangô. Teve, também, relações com Oxum antes que ela fosse viver com Oxossi e com Xangô. E, também, com Obá, a terceira mulher de Xangô, e Eléfunlósunlóri , “Aquela-que-pinta-sua-cabeça-com-pós-branco-e-vermelho”, a mulher de Òrisà Oko . Teve numerosas aventuras galantes durante suas guerras, tornando-se, assim, pai de diversos Orixás, como Oxossi Oranian.”

A importância de OGUM vem do fato de ser ele um dos mais antigos dos deuses iorubás e, também, em virtude da sua ligação com os metais e aqueles que os utilizam. Sem sua permissão e sua proteção, nenhum dos trabalhos e das atividades úteis e proveitosas seriam possíveis. Ele é, então e sempre, o primeiro e abre o caminho para os outros Orixás.

Entretanto, certos deuses mais antigos que OGUM, ou originários de países vizinhos aos iorubás, não aceitaram de bom grado essa primazia assumida por OGUM, o que deu origem a conflitos entre ele e Obaluaiê e Nanã Buruku.

2. SINCRETISMO RELIGIOSO

O ideal de liberdade é inerente à própria condição do ser humano. Mesmo o mais vil dos assassinos sonha com a liberdade. O que se dizer então do homem que nascendo livre nas savanas africanas e reduzido à humilíssima condição de escravo, sem nada ter feito para merecer esse castigo. Assim, em seus sonhos de liberdade, o negro africano via em OGUM, o Orixá da guerra, a força que necessitava para conseguir sua liberdade.

Um dia o negro empunharia a lança e a espada de OGUM, mataria os brancos, vingando amigos e parentes mortos por estes e tomaria de uma de suas grandes canoas (caravelas) e voltaria à sua terra natal.

Diante do exposto, cultuar OGUM era, para o negro africano, vital. Era ele quem os ajudaria na batalha, lhe daria forças e quem sabe lhe emprestasse a coragem de que tanto necessitava.

A figura de SÃO JORGE nos mostra um homem todo coberto com uma armadura de aço, ferindo com uma lança, o dragão, símbolo do mal. O OGUM que o negro conhecia e que era o Orixá do ferro era um Orixá guerreiro. O branco lhe impunha a imagem de SÃO JORGE dizendo-lhe que esquecesse o Orixá guerreiro o continuasse humildemente cultuando OGUM “disfarçado” na imagem do Santo Católico.

As imagens tão populares, no período colonial, eram na sua grande maioria, esculpidas em madeira. O negro africano quando cumpre uma obrigação, retira do lugar sagrado onde ele deu a obrigação, um pedaço de solo, geralmente uma pedra e a qual dá-se o nome de OTÁ e que ele cultua como objeto sagrado pelo resto de seus dias. Para não trair seus deuses de origem, o negro habilmente, escavava a imagem do Santo Católico e introduzia nessa escavação o OTÁ correspondente ao Orixá. Desta forma ele poderia voltar-se para uma imagem do Santo Católico e reverenciar o Orixá Africano.

O branco acabou por descobrir que os negros escavavam as imagens. Quando este fato ocorreu, o negro justificou que a imagem oca não trincava e que a pedra na base servia para dar maior estabilidade à imagem. O branco ladino passou a utilizar-se destas imagens que eram encomendadas aos negros para ocultar no seu interior, fumo, ouro e pedras preciosas. Essa imagem era vedada com uma massa preparada com cera de abelhas e serragem e enviada à Europa sem pagar os direitos do rei, surgindo desta forma de contrabando a expressão “SANTINHO DO PAU OCO” como sinônimo de coisa marota.

Às vezes, o dono do engenho, o senhor das terras tinham um santo de devoção pessoal e obrigava o negro a cultuar esse santo. Isto justifica o fato de em Salvador, OGUM ser sincretizado com SANTO ANTONIO e não com SÃO JORGE.

Para que se entenda melhor, SANTO ANTONIO foi considerado como Capitão do Exército Nacional e pároco da igreja a ele dedicada, recebia o seu soldo do quartel.

3. RESUMO HISTÓRICO DA VIDA DE SÃO JORGE





São muito contraditórias as histórias sobre a vida de SÃO JORGE. Vejamos o que diz a Enciclopédia Barsa a respeito do assunto:

“Santo de grande devoção popular, padroeiro da Inglaterra, de Aragão e Portugal”.

Crê-se que foi martirizado em Lydda, na Palestina. Não há razão de se supor que ele se tenha referido a história eclesiástica de Eusébio, tanto que tem sido desacreditada a assertiva de Gibbom de que se tratava de Jorge da Capadócia, oponente de Atanásio. Do século XI em diante, tornaram-se muito populares várias lendas sobre a vida de SÃO JORGE, que foram se tornando cada vez mais extravagantes.

A história do salvamento da virgem do dragão, aparecida no fim do século XII, e popularizada no ano seguinte, deve-se talvez ao fato de que a lenda clássica de Perseu e Andrômeda se refere a Jaffa ou Arsuf, não longe de Lydda.

SÃO JORGE ficou conhecido na Inglaterra, pelo menos a partir do século VIII. Não está claro, porém, porque se tornou patrono. Sem dúvida, os cruzados que voltavam de suas campanhas popularizavam o culto (diz-se que foi visto ajudando soldados no cerco de Antióquia), em 1.098, mas é provável que não tenha sido reconhecido como tal até o Rei Eduardo III havê-lo feito patrono da então recém-fundada Ordem da Jarreteira.

Em Portugal, sua devoção parece ter sido introduzida pelos cruzados ingleses que auxiliaram Dom Afonso Henriques na conquista de Lisboa, em 1.147.

Dom João I, o fundador da dinastia de Aviz, foi grande devoto de SÃO JORGE e o fez patrono nacional, em substituição a Santiago, que já era dos castelhanos.

Ordenou que sua imagem eqüestre figurasse nessa célebre procissão e era de praxe a presença do santo.

Em São Paulo, esse costume perdurou até 1.872, quando a imagem desequilibrou-se do andor e caiu sobre um soldado, matando-o.

No Rio de Janeiro, a Irmandade de SÃO JORGE mantém sua igreja, de afluência popular, na Praça da República.

SÃO JORGE é um dos catorze santos auxiliares, e a sua festa tanto nas igrejas ocidentais, como nas orientais, é comemorada no dia 23 de abril.“

Vejamos agora uma opinião de Mario Sgarbosa e Luigi Giovanini no livro “Um Santo Para Cada Dia”, das Edições Paulinas.

“Se de SÃO JORGE possuímos só os Atos do martírio e mais precisamente sua Paixão (considerada apócrifa já pelo Decreto Gelasiano do século VI), poderíamos até duvidar de sua existência histórica Todavia, não se pode apagar com um simples golpe de caneta, uma tradição tão universal: a Igreja do Oriente o chama de grande mártir e todos os calendários cristãos incluíram-no no elenco de seus santos. SÃO JORGE, além de haver dado nome a cidades e povoados, foi proclamado padroeiro de cidades como Gênova, de regiões inteiras espanholas, de Portugal, da Lituânia e da Inglaterra, com a solene confirmação, para esta última, do papa Bento XIV”.

Este culto extraordinário tem origens muito remotas, uma vez que seu sepulcro em Lydda, na Palestina, onde o mártir foi decapitado no início do século IV, era alvo de peregrinações já na época das cruzadas, quando o sultão Saladino destruiu a igreja construída em sua honra. A imagem de todos conhecida, do cavaleiro que luta contra o dragão, difundida na Idade Média, faz ver a origem da lenda criada sobre este mártir e contada de várias maneiras em suas muitas paixões.

Diz a lenda que um horrível dragão saía de vez em quando das profundezas de um lago e se atirava contra os muros da cidade trazendo-lhe a morte com seu mortífero hálito. Para ter afastado tamanho flagelo, as populações do lugar lhe ofereciam jovens vítimas, pegas por sorteio. Um dia coube à filha do rei ser oferecida em comida ao monstro. O monarca, que nada pôde fazer para evitar esse horrível destino da tenra filhinha, acompanhou-a com lágrimas até as margens do lago. A princesa parecia irremediavelmente destinada a um fim atroz quando, de repente, apareceu um corajoso cavaleiro vindo da Capadócia. Era SÃO JORGE. O valente guerreiro desembainhou a espada e, em pouco tempo reduziu o terrível dragão num manso cordeirinho, que a jovem o levou preso numa corrente, até dentro dos muros da cidade, entre a admiração de todos os habitantes que se fechavam em casa, cheios de pavor. O misterioso cavaleiro lhes assegurou, gritando-lhes que tinha vindo em nome de Cristo para vencer o dragão. Eles deviam converter-se e ser batizados.

Também o fim deste glorioso mártir tem o sabor de lenda: Foi condenado à morte por ter renegado aos deuses do império. Os algozes infringiram-lhe no corpo os mais atrozes tormentos. Ele parecia de ferro. Diante de sua invicta coragem e de sua fé, a própria mulher do imperador se converteu. Muitos cristãos, amedrontados diante dos carrascos, encontraram a força de dar o testemunho a Cristo com o extremo holocausto de suas vidas. Por fim, também SÃO JORGE inclinou a cabeça sobre uma coluna e uma espada super-afiada pôs fim a sua jovem vida.”

Na verdade, a região do Oriente onde os mercadores europeus cruzavam em busca das especiarias da Índia, havia a crença popular de um herói local cuja representação era a de um guerreiro árabe montado num garanhão branco que, juntamente com o cavaleiro, atacavam o dragão que simboliza as forças do mal.

A representação artística deste fato impressionou os cruzados (guerreiros de diferentes nacionalidades, mercenários ou não, que a mando do Papa tentavam tomar o poder na região para que a Igreja Católica pudesse se beneficiar, não só ficando dispensada do “pedágio” até então pago aos árabes, como cobrando esse mesmo pedágio das caravanas e mercadores estrangeiros) que levaram essa imagem posteriormente santificada pela Igreja numa tentativa de evitar que os cristãos cultuassem um mito não-católico. Tanto isso é fato, que a despeito de SÃO JORGE ter sido cassado pela Papa Paulo VI, não temos conhecimento de nenhuma igreja dedicada a este santo, ter fechado suas portas.

UMBANDA SEGUNDO RAMATÍS

Há tipos de rituais confundidos com a Umbanda que vão desde a pajelança, um tipo de xamanismo brasileiro em que o pajé incorpora em transe ritual com beberagem de ervas; o tambor de mina, em que se misturam cultos de diversas nações africanas com a pajelança para dar passagem às entidades de cura e para “tirar” feitiço; o catimbó, em que a fumaça da queima de certas folhas oferece êxtase, dando poderes “sobrenaturais” ao pajé e colocando-o em comunicação com os espíritos; o ritual de jurema, em que os “juremeiros” manifestam índios ousados, violentos e ardilosos ostentando enfeites de penas, cocares, tacapes, arcos-e-flechas, dançando em rito exterior que arrebata as populações carentes de assistência social e à saúde, com suas ervas e raízes curativas apresentando proezas fenomênicas entre fogo, brasa e cacos de vidros; bem como os rituais africanistas descaracterizados das matrizes ancestrais das antigas nações.


Afirmamos que nada disso é umbanda, enquanto movimento plasmado pelo Cristo Cósmico, que se irradia para a crosta terrícola do Astral superior. Umbanda é uma verdade que independe da vontade e das suscetibilidades feridas de lideranças sacerdotais que conspurcam seu nome sagrado com práticas que não são condizentes com a caridade referendada no Evangelho de Jesus.





Por outro lado, existem variados ritos, usos e costumes na umbanda; alguns um tanto fetichistas, outros um pouco distorcidos: aqui um grito exagerado, ali uma apoteose dispensável, acolá um médium envaidecido com o guia “infalível”, o consulente desejoso do milagre em seu favor, doa a quem doer. O hábil jardineiro do tempo extrai delicadamente os espinhos para não ferir as mãos. Nem tudo são belas e perfumadas rosas no jardim dos orixás. No atual movimento umbandista, isso é explicável pelo fato de não haver uma padronização ritualística ou codificação, o que, por sua vez, acaba “enxotando” os dogmas, tomando o movimento dinâmico e sempre evoluindo, como tudo no Cosmo. Oxalá e seus ditames prevêem o equilíbrio nessa diversidade.





É oportuno registrar que os costumes africanistas tribais de religiosidade ancestral aportaram no Brasil com acentuadas distorções de suas práticas originais. Já eram atacados pela Inquisição antes de as levas de escravos capturados serem jogadas nos fétidos porões das naus portuguesas. Via de regra, isso foi intensificado aqui pela continuidade da opressão do clero, que redundou em várias outras adaptações, com raras exceções que conseguiram manter os ritos primários incólumes. Impôs-se uma necessidade de sobrevivência da população negra explorada, “liberta” com a Lei Áurea, que ficou excluída do contexto social e entregue à própria sorte, sem nenhum apoio do Estado monárquico, que se curvava ao controle de um catolicismo arcaico e perseguidor (ambos se beneficiaram da pujança econômica oferecida pelo braço escravo). Finalmente livres, os negros se viram sem as moedas dos patrões que os alimentavam, sem o mínimo para a manutenção de suas vidas. Foram, circunstancialmente, “obrigados” a cobrar pela magia curativa que faziam gratuitamente aos sinhôs e sinhás no recôndito das senzalas de chão batido.





Dessa vez, estimulados pelos constantes pedidos dos próprios homens brancos que furtivamente saíam das missas e procuravam as choupanas dos ex-escravos alforriados, os quais subitamente se viram transformados em ilustres magistas de aluguel. Distorceram, portanto, as leis divinas e deu no que deu: o vil mercantilismo religioso que viceja culturalmente em todos os recantos desta nação atual, formando o carma grupal a ser queimado no futuro, assim como foi no passado.

Espíritos originários de outros orbes, aqui aportaram desde os primórdios do planeta e, depois da decadência atlante, com o passar dos séculos vieram a originar nações indígenas brasileiras que herdaram suas tradições mágicas, rituais e curadoras, atualmente canalizadas nas falanges de caboclos da Umbanda.

No início dos tempos no, época em que o orbe era uma massa ígnea coberta de vapores sulfurosos, a região que se solidificou mais rápido, tendo despontado posteriormente na superfície, foi onde hoje está localizado o Brasil. Na escala geológica do planeta, isso propiciou que a primeira crosta terrestre emersa do oceano primitivo fosse a pátria verde e amarela. Tal região foi a que se formou mais rapidamente, oferecendo condição propícia, na natureza que se forjou, para a encarnação de espíritos extraterrestres no ciclo hominal terrícola.





As tradições mágicas e xamânicas que nasceram nas tribos brasileiras de antanho antecederam todos os demais ciclos reencarnatórios que se efetivaram. Na verdade, essa “porta” de entrada espiritual planetária originou o conhecimento em todas as outras raças, nações e tribos antigas, não só da indígena formada primeiramente. Os payés (pajés) interpretavam os astros, liam as energias irradiadas e, por meio da natureza e do intercâmbio psico- astral com entidades incorpóreas de outros orbes, que vieram em suas vimanas (naves) intensamente até o auge da Atlântida, adquiriam instruções e eram governados do Espaço. Com certeza, a Umbanda pratica essa herança mágica ancestral, seja de caboclo, preto velho ou oriental; as aparências dos espíritos são meras formas e uma não é melhor que a outra. Os conhecimentos milenares ficam registrados no espírito e independem da nação, tribo ou raça, desde que isso se configure como ilusões, impressões transitórias do vaso da matéria que abriga uma coletividade encarnada.

Obviamente os espíritos que se enfeixam nas aparências de caboclos, ligados à antiga raça vermelha, assim o fazem prioritariamente para impressionar mediunicamente os sentidos psíquicos, não pelo fato de serem herdeiros das tradições mágicas, rituais e curadoras, uma vez que as outras “raças” dos espíritos também o são e que a vertente que a trouxe é e foi uma só e se espargiu pelas migrações provocadas ao longo da história e geografia terrenas.

No passado das civilizações, seja na Atlântida, Ásia, África, Europa, ou nas Américas, reencarnaram os mesmos espíritos em várias ocasiões. Eles traziam no inconsciente, o qual não se reportava às cores das peles ou raças que os abrigavam provisoriamente nos corpos físicos, a sabedoria antiga dos iniciados extraterrestres.

Ocorre que a transmissão dos saberes ocultos sempre foi velada, um tanto misteriosa ao homem comum, preocupado em saciar a fome e sem tempo para maiores abstrações filosóficas. Seria perigoso o magismo praticado pelos magos nos templos, se fosse aberto a todos. Por esse motivo, os Senhores da Luz Velada, espíritos de escolas de outros orbes que velavam pela transmissão dos conhecimentos mágicos, quando encarnados como instrutores atlantes, hierofantes egípcios, mabatmas indianos, pajés sul-ameríndios ou sacerdotes trïbais africanos, preservaram o saber tecendo histórias que viraram lendas para o povo, numa versão popularizada para as mentes brutas, tornando esse saber “palatável” oralmente à interpretação esotérica superficial das leis divinas que regem o micro e o macrocosmo. Fixaram em santuários, pirâmides, criptas e cavernas o que não era acessível ao primitivismo do povo absorvido pela sobrevivência num cotidiano inóspito. Mas, como a água da fonte, que se armazenar em recipientes diferentes, não deixa de ser a mesma água, assim é a umbanda: a diferença nos terreiros não significa desigualdade perante os orixás; ela vos une numa mesma essência e não vos separa na ilusão das formas.





Por isso, determinadas coisas podem ser entendidas como, os caboclos de Umbanda - Tupinambá, Tupiara, Tupiaçu, Tupimirim - que falavam o nheengatu e pertenceram às tribos mais evoluídas do planeta. Esse idioma é considerado desenvolvido pela lingüística, inclusive se comparado com as línguas atuais, isto acontece porque o som é pensamento e a sonoridade verbal o expressa. As imagens mentais antecedem a idéia e sua verbalização. Somente espíritos de grande conhecimento poderiam se adaptar a um idioma como o falado pelos tupi-guaranis. Essa tribo “primitiva” não era monossilábica e seu vocabulário era expressão das consciências espirituais extraterrestres, com os quais mantinham sintonia e de quem eram procedentes. No plano hiperfísico, atuavam os regentes dessa raça, espíritos de escol que vieram de Sírius para a Terra trazendo o intercâmbio com o mundo rarefeito interdimensional. Os espíritos que atuam na Umbanda, descendentes do portentoso tronco tupi e originários dessa estrela distante (Sírius), são exímios mensageiros e viajantes astrais. Por detrás de suas práticas xamânicas (sopros, benzeduras, baforadas, ervas, mandingas e mirongas), estão alinhadas verticalmente no éter, numa outra dimensão vibratória, naves espaciais de outros orbes, preexistentes à formação de vosso planeta, que auxiliam na evolução humana. A Terra não é destinada a ter uma raça dominante e uniforme. É natural que “blocos” de espíritos que reencarnam durante um período, numa determinada raça, fazendo-a evoluir, deixem de encarnar em uma forma e cor especificas para animar outras, instalando-se assim os ciclos de apogeu e declínio.

Existiram várias etnias no orbe, e atualmente existe uma miscelânea racial no planeta. A diversidade da Umbanda atrai esses espíritos por sua universalidade. Sendo um amálgama de todas as cores e formas raciais, é a mais universal das religiões e doutrinas mediúnicas da Terra; leva os homens fragmentados em sua relação com o Divino a um processo de unificação com Ele.





Os homens afoitos e zelosos das purezas doutrinárias criticam os caboclos da Umbanda quando assoviam, cantam, assopram e chilreiam como pássaros, baforando o charuto. A estreiteza de opinião oriunda do desconhecimento, aliado ao preconceito, favorece as “superioridades” doutrinárias e as interpretações sectárias. Os fundamentos dos mantras e seus efeitos curativos (vocalização de palavras mágicas) fazem parte dos ritmos cósmicos desde os primórdios de vossa civilização. Os vocábulos pronunciados, acompanhados do sopro e das baforadas, movimentam partículas e moléculas do éter circundante do consulente, impactam os corpos astrais e etérico, expandindo a aura e realizando a desagregação de fluidos densos, miasmas, placas, vibriões e outras negatividades.





Assim como as muralhas de Jericó tombaram ao som das trombetas de Josué, os cânticos, tambores e chocalhos dos caboclos desintegram poderosos campos de força magnetizados no Astral, bem como o som do diapasão faz evaporar a água. Os infra e ultra-sons do Logos, o Verbo sagrado deram origem ao Universo e compõem a tríade divina: som, luz e movimento. Como o macrocosmo está no microcosmo, e vice-versa, a pronúncia de determinadas palavras contra um objeto ou ponto focal no Espaço, mentalizando a ação que esse som simboliza, será potencializada a intenção pelo mediunismo do caboclo manifestado no médium, e energias correspondentes serão movimentadas. Ao mesmo tempo, cada chacra é uma antena viva dessas vibrações que repercutirão nas glândulas e nos órgãos fisiológicos, alterando os núcleos mórbidos que causam as doenças, advindo as “notáveis” curas praticadas na Umbanda. É comum religiosos e exímios expositores de outras doutrinas acorrerem a ela, sorrateiramente, às escondidas, com os filhos ou eles mesmos adoentados, ditos incuráveis pela medicina materialista, tendo sua saúde reinstalada, para depois nunca mais adentrarem um terreiro. A todos o manto da caridade dá alento, sem distinguir a fé fragmentada de cada um.

O homem tem memória curta, impregnada de personalidade temporária, o que é próprio da sua natureza encarnada e momentaneamente esfacelada diante do espírito atemporal que o anima.

RAMATÍS COMENTA SOBRE OS ELEMENTAIS

PERGUNTA: — Como devemos considerar a existência de seres que, segundo afirmam alguns espiritualistas, formam uma espécie criada com o fim exclusivo de cuidar dos elementos da Natureza?






RAMATÍS:— A lei de toda a Criação é evolução. Deus é o princípio e o fim de tudo. Por que, então, alguns dos seres criados por Ele, estariam condenados a não participar da marcha evolutiva que possibilita a Seus filhos alcançarem os esplendores da angelitude? Como poderia a Lei, que estabelece ascensão mediante o desenvolvimento gradativo, confinar determinados seres em inconsciência estacionária, impedindo sua evolução para uma forma de vida mais aprimorada? O conjunto de leis que rege a vida estabelece que ela se inicie nas formações primárias de condensação da energia e siga uma sequência de ordem absoluta, nos encadeamentos dos processos a que a matéria é submetida para formar os organismos vivos. A lei que regula a evolução da Centelha de Vida é uma só. Essa uniformidade no desdobramento do processo evolutivo que preside toda a Criação demonstra a grandeza do Amor Divino. Esse amor é uma irradiação superior que atrai a si, irresistivelmente, tanto a molécula em formação como o espírito do arcanjo celestial. A Luz é uma só e produz efeitos semelhantes em todos os aspectos da vida na Criação. (1)

1 — Ver Libertação, de André Luiz (obra psicografada por Francisco Cândido Xavier), pág. 60.





PERGUNTA: — Qual a causa que levou certos investigadores da intimidade dos fenómenos da Natureza a admitir semelhante anomalia?





RAMATÍS: — Os homens clarividentes que investigaram o plano astral identificaram um trabalho “sui generis” organizado em torno da Natureza e que estava a cargo de seres desprovidos do senso intelectual humano. Eram entidades que agiam sob a ação da sintonia com os elementos da Natureza. Identificando essa característica fundamental, que ressaltava de maneira evidente a quem os observasse, concluíram que tais seres formariam uma espécie à parte na tendência que têm os homens para tomar o temporário por definitivo sem maiores investigações. Contribuiu para consolidar essa convicção o fato de os elementais sentirem-se assustados diante da presença humana, como elemento estranho que não vibra em sintonia com eles. Na realidade formam uma espécie entre os homens e os animais. Mesmo quando apresentam a forma humana o intelecto permanece em situação rudimentar de inteligência.





PERGUNTA: — Por que não foi esclarecido a tempo o equívoco?





RAMATÍS: Há uma característica humana muito enraizada que atribui aos fenómenos observados a interpretação que mais se ajusta a sua índole particular, em especial quando o homem executa experiências no terreno individual, sem recurso a uma fonte superior de inspiração. Os indivíduos que se entregavam a essas observações tinham o objetivo de conhecer mais através do desenvolvimento de suas faculdades psíquicas. Contando com seus próprios recursos, deles se valeram também na interpretação do que obtiveram. Tratava-se não de um estudo em união com o plano mais alto que pudesse conceder-lhes explicações. Exercitavam a visão e não a interpretação. Davam de si o que possuíam no esforço nobre de conhecer o plano mais próximo. Ligavam-se aos fatos e deles tiravam suas próprias ilações. Suas mentes estavam sintonizadas com o que viam. Descreviam e julgavam com os elementos de que dispunham, adquiridos no contato direto com os seres elementais. Suas impressões justificavam-se, pois se baseavam em fatos sentidos vivamente ao contato de uma realidade existente. O deslumbramento causado impedia-os de raciocinar mais adiante. Era tão bela a realidade entrevista que, a seu ver, bem se coadunava com a grandeza do Senhor e aceitavam que assim permanecesse, já que se harmonizava tudo exatamente ao objetivo do bem-estar da Natureza, dos seres que a ela se ajustavam e de quem os observasse. Registraram os fenómenos, felicitaram-se com o que viram e descreveram a realidade que puderam conhecer.

Mesmo dentro da espiritualidade, nem todas as barreiras podem ser contornadas de imediato e cada ser dá de si o que tem. Sua contribuição permanece como uma nobre dádiva e será aproveitada por outros que poderão aperfeiçoar suas observações a benefício geral. Assim sucede em todos os ramos da evolução humana. O próprio espírito que iniciou uma tarefa e que por suas limitações não a pôde completar, volta às vezes a continua-la em encarnação posterior. Pela Lei, todo conhecimento é suscetível de ser aperfeiçoado. Em vista disso não se procura violentar a capacidade receptiva de quem produz, introduzindo em seu trabalho elementos que não se encontra capacitado para conquistar. Estaríamos desvirtuando, embora para melhor, o tônus espiritual do trabalhador. Essas interferências podem ser feitas esporadicamente, a título de comprovação, mas não é uma norma de trabalho. De um modo geral, o trabalhador conquista e produz em consonância com seu cabedal próprio.





PERGUNTA: — Poderíamos receber maiores esclarecimentos sobre a situação desses seres? Devemos classificá-los como espíritos?





RAMATÍS: — São embriões de mentes humanas. Encarnarão primeiro entre os selvagens. Apresentam já esse condicionamento na sua união com os elementos da Natureza e no fato de se esquivarem ao contato do homem preferindo a solidão dos ambientes silvestres. Como estacionam em nível elementar de evolução mental, recuam diante do desconhecido até que lhes capte a confiança e então tornam se totalmente submissos, sem capacidade de discernir numa orientação própria. Não conseguem sobrepor-se à mente mais poderosa que os comanda. Por isso há homens conhecedores dos mistérios do pensamento e da vontade que influem e dirigem os elementais para alcançar propósitos pessoais. Desejamos alertá-los para o fato de que estes seres possuem a capacidade de formar hábitos e não se conformarão facilmente em modificá-los se seus irmãos mais desenvolvidos habituarem-nos a determinadas práticas. A responsabilidade de quem dirige seus poderes mentais é enorme e carregará consigo o séquito de seus colaboradores, suportando lhes as tendências, que ele próprio se incumbiu de alimentar. Assim, aqueles que com objetivos pessoais dominam mentes embrionárias, certos ou errados em suas atividades, terão que suportar a companhia e os riscos a que se ligam neste consórcio.

Os elementais não existem para servir de companheiros serviçais do homem. A este, que está mais acima na escala da evolução, é que cabe dar e, quanto aos detalhes da orientação a que devem obedecer aquelas mentes embrionárias, cumpre à direção mais alta da vida fornecê-la. É justo que ao nos imantarmos à vida superior, dela absorvendo os benefícios, desejemos que todos os seres o façam também. Não nos cabe, porém, usufruir de uma imantação perigosa de nossas mentes com as que são menos desenvolvidas, se o objetivo é a obtenção de vantagens imediatas. Se vos entregardes a essas práticas nocivas e com o correr da evolução conseguirdes libertar-vos do amor às coisas temporárias, ainda assim tereis que arcar com o ónus de orientar um ser menos evoluído, responsabilidade que vos pesará, pois para ele será muito difícil a libertação de hábitos cultivados, em virtude de seu baixo teor vibratório.

A situação dos elementais é a de quem abre os olhos para a vida a fim de ser enriquecido pela experiência que lhe surgir. São alegres, joviais e desconhecem os problemas morais que enredaram o homem em sucessivas peregrinações pela Terra. São almas “em branco” quando surgem encarnados após o estágio no plano astral. Não sofreram experiências; são crianças espirituais e isto pode ser sentido ainda na vibração de simplicidade que caracteriza os selvagens.

Os elementais, pois, são Centelhas de Vida individualizadas, com uma etapa primária de evolução cumprida e outra maior e mais rica a ser vivida. São, portanto, espíritos em escala subumana de evolução.





PERGUNTA: — Como poderemos entender a razão de estarem ligados especificamente a determinados elementos da Natureza? Em que se baseia essa sintonia vibratória a que vos referis?





RAMATÍS: — Esta sintonia diz respeito ao grau de evolução vibratória da matéria. A matéria em seus diferentes graus de condensação apresenta três características, que são chamadas “as três gunas”: o ritmo, o movimento e a inércia. (2) São propriedades que surgem à proporção que a energia se condensa em matéria. Os espiritualistas do Oriente explicam o “ritmo” como um movimento de forças produzido no átomo primordial. De acordo com as influências recíprocas do próton, do elétron e do nêutron, surgem sete formas de vibrações ou sete “ritmos” diferentes na constituição íntima dos átomos iniciais diferenciados entre si. A “força da vida” ou “prana” atuando sobre eles, imprime-lhes movimentos ou ondulações conjuntas de sele tipos diferentes. O ritmo dos átomos é chamado por cies “Tam-Mattra”, e ao conjunto de átomos da mesma vibração dão o nome de Tattwas. A terceira característica que a matéria adquire é a inércia e então apresenta o aspecto de densidade com que a identificamos no plano físico.

Fizemos este ligeiro apanhado da teoria da condensação da energia em matéria a fim de definir a situação dos elementais na Criação. Esses sete tipos de vibração da matéria têm densidades diferentes e constituem as moléculas formadoras dos elementos líquido, sólido, gasoso, da luz e outros que escapam à percepção humana comum.

Os elementais são seres que, saídos da irracionalidade total, ajustam-se à necessidade de evolução, atraindo à sua constituição perispirítica os átomos movidos de um determinado tipo preponderante de vibração ondulatória. O tipo de átomos que predomina em sua constituição determina o elemento com o qual se sentem afinizados. Assim como procurais o ambiente espiritual que melhor se ajusta às vossas vibrações mentais, a constituição molecular que lhes é própria leva-os a sintonizar com um dos elementos da Natureza. Estabelecem então trocas energéticas, tal como sucede convosco quando vos ligais às correntes de vibrações que vos são simpáticas.

2 — Para uma visão mais completa dessa teoria ver Libertação pelo Yoga. cie Caio Miranda, mantendo, porém, sérias restrições quanto ao desconhecimento da Doutrina Espírita demonstrado em alguns capítulos dessa obra.





As moléculas formadoras dos organismos dos elementais ainda estão em atividade de densificação progressiva. A formação de um perispírito humano obedece a processos de trabalho em que as moléculas se vão utilizando da força prânica, a fim de adquirir aos poucos a consistência de uma organização mais completa. O perispírito em processo de evolução torna-se capaz de absorver as energias mais condensadas, numa gradação que vai da luz ao éter, à água e à matéria sólida. Essa capacidade de sintonia e absorção é que faculta o desenvolvimento completo do perispírito humano. Em sua formação definitiva terá todos os órgãos em estado de preparação aprimorada e fortalecida. O registro espiritual dessas reações gravadas na “Centelha de Vida” que governa o conjunto permitirá sejam comandadas as células físicas para exercerem suas funções específicas, quando se der o fenómeno da encarnação. Então, as células perispirituais ativadas em seus processos de absorção de energias trabalharão automaticamente imprimindo às suas correspondentes físicas o impulso conveniente.





O perispírito dos seres elementais adensa-se e completa-se nessa existência pré-encarnatória no exercício de um “aprendizado celular”. É um período de ajustamento às futuras atividades que exercerão no seio de uma espécie mais evoluída e complexa. Exercitam-se na absorção prânica através dos diversos elementos para adquirir uma organização perispiritual completa e aperfeiçoada, obedecendo assim à evolução subordinada à dinâmica geral da Criação.





Os gnomos são elementais mais próximos do ser humano em sua constituição perispirítica. Conquistaram já a capacidade de aproveitar as vibrações da matéria em um estado de maior condensação e encontram-se prestes a iniciar suas encarnações.





A integração no corpo físico fornece à “Centelha de Vida” que vibra em cada ser, uma oportunidade de dominar experiências nos diversos planos em que a espiritualidade se abre ao homem. Por isso a adaptação das células perispirituais dos elementais às funções orgânicas mais complexas pode ser comparada à situação em que o discípulo estivesse fabricando seu próprio material escolar, recebendo para isso das mãos do mestre a matéria-prima e as instruções indispensáveis. De posse de um corpo fluídico bem aparelhado, encarna alcançando o primeiro plano de evolução humana que é o físico, onde poderá sorver a essência de ensinamentos cada vez mais nobres através das diversas encarnações. Torna-se assim habilitado a receber as lições que a escola da vida proporciona; mas, para tanto, a “Centelha de Vida” precisou cercar-se dos instrumentos que lhe facultariam alcançar seu objetivo, em obediência ao grandioso plano de evolução geral!





PERGUNTA: — Como compreender a necessidade dessa adaptação gradativa com o objetivo do treinamento celular, se a Centelha de Vida na escala animal já se uniu a um corpo denso, executando portanto funções de absorção de energias? Não seria suficiente um simples reajuste das formas de trabalho anteriores?





RAMATÍS: — O trabalho de treinamento celular torna-se necessário em virtude de surgir um fator novo de importância primordial — a condição humana. Como um passo além na escala da evolução, exigirá uma forma mais sutil de sensibilidade. Novos padrões de dispêndio de energias serão exigidos do ser, pois uma consciência mais ampla receberá impulso. Para melhor compreendermos este fato, podemos lançar mão de uma comparação: o órgão da visão que possuis é feito de forma a dominar somente até certo ponto o fenômeno a que se destina. Se desejardes obter um panorama mais perfeito recorrereis às lentes de alcance que, por sua vez, receberão tratamento apropriado para atingir respectivamente o infinitamente grande e o infinitamente pequeno; o telescópio e o microscópio. Essas três formas de satisfazer a vossa necessidade orgânica de identificação visual têm algo em comum: a utilização do mecanismo ocular, porém sob condições que variam muito em extensão e profundidade. Assim também, a capacidade que tem a Centelha de Vida para absorver a energia prânica dos elementos da Natureza varia com o grau evolutivo em que labora. Surgem as necessidades e a lei de evolução permite que elas sejam satisfeitas.





O perispírito humano forma-se à base de uma possibilidade maior na captação das energias da Natureza. Podereis compreender melhor essa realidade se vos lembrardes de que a capacidade de assimilação de energia varia entre os indivíduos e observando um organismo humano tomado de profunda desvitalização, sentireis a veracidade do que afirmamos. Há uma baixa geral de rendimento nas manifestações do ser tomado por essa desvitalização, aproximando-se sua expressão total de vida da condição animalesca. O que sucede então é que os elementos da Natureza com que entra em contato não são aproveitados como seria necessário. A Centelha de Vida perde temporariamente a capacidade de aprofundar-se no aproveitamento mais completo da energia.

No homem existe uma necessidade de aplicação profunda da energia nervosa, que é dispensada pelo animal. A atitude de colocar-se “de pé” diante da Criação, na plena consciência de um “eu” aperfeiçoado com capacidade infinita de evolução numa experiência que se assemelha à de quem vivesse no fundo do mar protegido por uma vestimenta de borracha impermeável; vindo à tona passará a usar roupas constituídas de células menos compactas, mais leves e arejadas.





PERGUNTA: — Como entender esse aproveitamento mais ou menos profundo da energia por parte da Centelha de Vida?





RAMATÍS:— A evolução é um abrir constante de novas portas ao espírito. A lei do aperfeiçoamento, como bem o sentis, transforma em uma necessidade premente, procurada com avidez pela criatura, uma virtude ou situação que pouco antes para ela não existia. Chama-se a isso “o grau de maturação necessário a uma conquista imediatamente superior”. Essa palavra mágica: evolução impulsiona os átomos que se agregam em torno da Centelha de Vida, pois encontra-se gravada, de forma indelével, naquela partícula de luz que comanda o processo grandioso a que obedece a matéria organizada em sua esfera de ação. Assim como as células inúteis de um organismo físico são eliminadas e substituídas por outras, no momento adequado a Centelha de Vida liberta-se de uma constituição mais grosseira substituindo-a gradativamente.





PERGUNTA: — Como se processa essa transição em que a Centelha de Vida passa a vibrar sintonicamente de maneira mais apurada?





RAMATÍS: — Atingindo o maior aperfeiçoamento na escala animal, entra a Centelha de Vicia em uma fase que se assemelha ao estado do homem que, após entregar-se às fadigas do trabalho rude em que as vestes e o corpo encontram-se contaminados pelas impurezas de toda sorte, despe-se, mergulhando em um banho purificador, após o qual envergará trajes que obedecem a melhores condições de higiene.

Ela permanece então no estado de consciência pura, iniciando uma formação perispiritual aprimorada em que condensa em torno de si moléculas portadoras dos átomos primordiais relativos aos elementos, numa escala gradativa de densificação.





PERGUNTA: — Como compreender a necessidade de um aproveitamento mais profundo da energia irradiada pelos elementos da Natureza, tendo em vista um dispêndio maior da energia nervosa?





RAMATÍS: — A Centelha de Vida sofre uma constante atração para a sua Origem e à proporção que o progresso se realiza ela vai construindo as bases de uma ascensão. Nessa nova fase em que penetra o campo de desenvolvimento das energias na escala do progresso humano, ela passa por um processo de purificação ou reavivamento de possibilidades que lhe alargará os horizontes. Inicia a construção de uma série de novos veículos que lhe permitirão projetar-se em manifestações individuais cada vez mais próximas de sua Origem. Tendo por base o corpo físico, construirá sobre ele a possibilidade de lançar-se em expressões superiores da própria individualidade nos planos que vibram acima do âmbito limitado a que até então se ligava. Penetrará em dimensões mais profundas do campo energético que a circunda, atraindo a si a força oculta das partes imponderáveis da energia que o homem ainda não classificou, mas que existem em seu próprio ser. Movida pelo dinamismo divino que a impulsiona executará automaticamente a tarefa de prover-se das energias sutis que permitirão uma condição aperfeiçoada de consciência individual.





PERGUNTA: — Que relação existe entre o dispêndio maior de energia nervosa e essa aquisição de novos veículos?





RAMATÍS: — O perispírito ou corpo astral capaz de suportar a carga mais intensa de uma vida espiritual aprimorada tem que possuir uma consistência apropriada ao tipo de energias sutis que o atingirão, para que as registre dando-lhes a orientação devida. É preciso que se abra campo permeável à libertação das novas expansões aperfeiçoadas do ser e uma rede mais sensível de reflexos terá que ser estendida. As solicitações do meio terão que ser apreendidas em maior extensão e profundidade, atendendo ao objetivo do alargamento do campo da consciência. Haverá necessidade de uma canalização aprimorada das excitações produzidas pelos agentes externos através dos nervos, numa intercomunicação físico-astral e atingir em seguida as vibrações mais sutis do campo mental, por onde mais tarde se lançará aos planos superiores; por sua vez, o comando da consciência terá que contar com os elementos necessários para expandir-se através dos veículos mental, astral, etérico e físico. No funcionamento de todo esse mecanismo a “energia nervosa”, como a chamamos, terá que ser absorvida com muito maior intensidade dos elementos da Natureza onde existem em depósito.





PERGUNTA: — Em virtude de considerarmos de grande valor o trabalho espiritual de nossos irmãos, sentimos dificuldade em aceitar a existência de enganos na interpretação que fizeram dos fenómenos observados.





RAMATÍS: — Essa atitude vos é ditada por uma reação psicológica semelhante à que adota a criança maravilhada pelas aptidões dos adultos, julgando-os livres de toda limitação diante da vida. O homem que trabalha espiritualmente está crescendo em suas possibilidades diante da vida, tanto quanto o adulto se exercita no labor diário, sendo passível de engano como qualquer ser em evolução. É a vossa incompreensão das condições naturais do progresso infinito dos seres que vos faz temer os enganos e considerá-los como derrotas fragorosas. Alcançado um certo grau de evolução, o espírito sente-se tão compensado em seus esforços evolutivos que não dá mais valor excessivo aos enganos em que possa cair na sua luta pelo bem. Assim como o adulto encara com serenidade determinadas situações equívocas que ao adolescente impressionam profundamente, o espírito que acorda para as responsabilidades das realizações espirituais assusta-se e perturba-se ante problemas que mais tarde aceitará como naturais ao processo do próprio engrandecimento. A alma esclarecida sente que pode errar e nem por isso se afasta da norma de conduta que se traçou, pois reconhece que está em aprendizado e ama a condição de luta em que se encontra.





PERGUNTA: — Como compreender melhor essa possibilidade de haver enganos nos labores espirituais, esclarecidos mais tarde, às vezes pelo próprio espírito que volta a lidar no mesmo campo de ação? Em nossa compreensão acanhada pretenderíamos que o setor de trabalho espiritual, como fonte de orientação de valor primordial para o homem, estivesse a salvo de tais contingências.





RAMATÍS: — Do que afirmais deduziríamos que o labor espiritual humano deveria fugir a todos as normas evolutivas, sendo feito à base de favores recebidos, o que absolutamente não seria construtivo por não contribuir para a evolução dos seres que a ele se dedicassem. Seriam os espiritualistas uma classe privilegiada no Universo? Se isto sucedesse ver-se-ia o paradoxo de um conjunto de seres cujas atividades evoluiriam grandemente, mas que nada ou muito pouco construiriam em sua evolução individual. Sucederia que justamente no setor em que julgais mais sagradas as atividades humanas, quebrar-se-ia uma norma de trabalho Universal: a de que o esforço e capacidade sejam proporcionais à realização. Por que os que lidam mais diretamente com as verdades eternas seriam poupados à experiência benfeitora capaz de provar a necessidade e a vantagem de nos submetermos à lei do progresso?





PERGUNTA: — Não haveria a possibilidade de essas tarefas só serem entregues a espírito incapazes de cometer enganos?





RAMATÍS: — Como poderia alguém executar uma tarefa com perfeição sem nunca ter sido submetido à fase de aprendizagem? De que forma impedir que cada ser atraído a um determinado setor de realização se entregue a ela num aprendizado feliz, sob a alegação de que poderá cometer enganos? Negar-se-ia, na Terra, o ingresso ao aluno por ser ele capaz de errar em seus exercícios? Realmente as tarefas de importância capital só são entregues a quem possa executá-las a contento; mas esse cuidado é proporcional à repercussão do êxito da realização. Nos dias de festa os melhores alunos são escolhidos para representar a escola, porque o fator “êxito” é indispensável então, mas paralelamente a isso os outros aprendizes continuarão a ser treinados na obtenção de novos valores. E é com alegria que a direção mais alta do planeta vê os vossos esforços na aquisição de bases para a colaboração com o progresso comum. Quando Jesus afirmou que “há mais alegria no Céu pela regeneração de um pecador do que pela chegada de um justo” referia-se ao júbilo que se multiplica entre esses “justos” por verem estendidas aos seus irmãos as condições de felicidade que desfrutam. Assim, há necessidade de estabelecer-se entre vós c conceito de que as atividades espirituais são uma porta aberta tanto ao justo como ao pecador, tanto ao “santo” como ao que se julga pequeno e deserdado, porque todas as oportunidades são oferecidas ao ser em evolução para que aperfeiçoe seu grau de sintonia com as correntes benfeitoras da vida.

Além disso, por que julgar a atividade espiritualista uma forma privilegiada de servir ao Senhor? É preciso estender, ampliando, o conceito de “espiritualismo”. Definido como “trabalho em torno das possibilidades grandiosas do espírito” teremos que conceber uma renovação e considerá-lo estendido a toda a realização que enobrece e eleva o espírito, impulsionando-o para uma situação mais aprimorada, em uma escala infinita de progresso. Assim pensando, compreenderemos que haverá atividades humanas que, com muito maior razão, deveriam permanecer dentro de normas de exceção que as preservariam de erros, pois influem decisivamente em coletividades inteiras e isto não sucede. As leis estabelecidas para a evolução do espírito são tão perfeitas em sua totalidade, que CAPÍTULO 06 DO LIVRO MENSAGENS DO GRANDE CORAÇÃO, PSICOGRAFADO POR AMERICA PAOLIELLO MARQUES: OS ELEMENTAIS OU ESPÍRITOS DA NATUREZA

RAMATÍS COMENTA SOBRE OS BENZIMENTOS




Como se produz o efeito benéfico nos tradicionais benzimentos de quebranto das crianças?
Ramatís: As criaturas que praticam os benzimentos são verdadeiros transformadores vivos, pois dissolvem o fluído do mal olhado ou da projeção mental a distância e malevolamente incrustrados na aura das crianças. Elas se ajustam muito bem no conceito dinâmico recomendado por Jesus: "Quem tiver fé omo um grão de mostarde, removerá montanhas"
Em face da maldade predominante ainda no mundo primário terreno pelo entrechoque dos piores sentimentos de raiva, ódio, ciúme, perversidade e orgulho, o benzedor é um "oásis" no deserto escaldante do sofrimento humano! Ele cura bicheiras, levanta quebranto, alivia epilépticos, afasta mau olhado, acalma vermes, reza responso para descobrir aves e animais perdidos, defuma residências enfeitiçados, limpa a aura das criaturas contaminadas por maus fluídos, expulsa o azar da vida alheia, benze eczemas e impingens, conserta espinhela e arca caída de crianças recem-nascidas, benze de inveja ou de susto, faz simpatias que derrubam verrugas ou calos.
Mais vale a  preta velha com galho de arruda , cheia de crendices e supertições invocando " Nosso Sinhô Jesus Cristo" para benzer o próximo e livrá-lo dos fluidos ruins, do que ALEXANDRE, CÉSAR,GÊNGIS KHAN, NAPOLEÃO, HITLER  e todos os comandos militares do mundo, que esfrangalham corpos sadios e jovens, derramando sobre a face da terra o sangue generoso dos homens!
Mil vezes o inofensivo benzedor, humilde e analfabeto, que ajuda o homem desventurado a viver, do que o cientista, o general ou o lider político, que destroem a juventude do mundo sobre o massacre hediondo da guerra.
O caboclo inculto, pobre e ingênuo, prolonga a vida do próximo, enquanto as elites dominadoras do mundo, povoam os cemitérios de corpos trucidados. Felizes dos que se curvam ao benzimento supersticioso, que lhes ameniza a existência atribulada, do que aqueles que se subordinam ao gênio cientifico, que aperta um botão eletrônico e liquefaz milhares de criaturas sob o fogo desintegrador da bomba atômica!
Livro: MAGIA DE REDENÇÃO
Psicografado por HERCILIO MAES
EDITORA DO CONHECIMENTO

RAMATÍS FALA SOBRE MAGIA E FEITIÇARIA





Palavras de Ramatís sobre MAGIA e FEITIÇARIA,
 introdução do Livro, de sua autoria, Magia de Redenção
 psicografado pelo médium Hercílio Maes.
Editora do Conhecimento

Meus Irmãos Atendendo às recomendações de nossos maiorais da espiritualidade, entregamo-vos esta obra de advertência e esclarecimento sobre o processo de “feitiço e bruxaria”, na qual preocupou- nos, exclusivamente, a ventura do ser humano e jamais o nosso interesse espiritual. No limiar do “Terceiro Milênio” e do signo mentalista de Aquário, símbolo dominante dos ares e do clima astrológico para a encarnação dos espíritos escolhidos à direita do Cristo, é necessário orientar os terrícolas para libertarem-se de práticas e atos, que os situarão na caravana dos “esquerdistas” estigmatizados para povoarem outro mundo inferior.
A Terra, a partir do III Milênio, será promovida a escola planetária ginasial, requerendo, também, a matrícula de alunos já libertos das injunções instintivas e primárias da animalidade inferior. Malgrado os habituais protestos e censuras dos conservadores e descrentes do texto desta obra, insistimos em advertir aos terrícolas que o feitiço existe e só os espíritos completamente liberados de resgates cármicos são invulneráveis aos seus efeitos ruinosos.
Também não aguardamos louvores prematuros para as explicações e considerações que relacionamos nesta obra sobre os processos de feitiçaria. Em verdade, o principal objetivo de Magia de Redenção é advertir os terrícolas quanto à sua tremenda responsabilidade espiritual pelo derrame de sangue de animais e aves, através de matadouros, frigoríficos, charqueadas e açougues, cuja barbárie “civilizada” gera cruciante carma humano e torna-se a principal fonte de infelicidade terrena. Enquanto o sangue do irmão menor verter tão cruelmente na face da Terra, os espíritos desencarnados também terão farto fornecimento de “tônus vital” para a prática nefanda do vampirismo, obsessão e feitiçaria. Sob a justiça implacável da Lei do Carma, a quantidade de sangue vertida pelos animais e aves, resulta, por ação reflexa, em igual quantidade de sangue humano jorrado fratricidamente nos morticínios das guerras e guerrilhas! Cada matadouro construí do no mundo proporciona a encarnação de um “Hitler” ou “Átila”, verdadeiros flagelos, semeadores de sofrimento da humanidade, como executores inconscientes da lei cármica – a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória! Jamais a guerra será eliminada da face da Terra, enquanto explorardes a “indústria da morte” mediante esses abomináveis matadouros e frigoríficos de aves e animais, pois estes, como os homens, são filhos do mesmo Deus e criados para a mesma felicidade. A Divindade não seria tão estulta e injusta, permitindo que o homem dito racional seja feliz enquanto massacrar o irmão menor, indefeso e serviçal, pois ele também sente!
Ademais, os espíritos diabólicos que obsidiam, vampirizam e enfeitiçam, são os irmãos desencarnados ainda escravos da ignomínia do carnivorismo, tal qual fazeis atualmente. Em verdade, é bem diminuta a diferença entre os vampiros desencarnados, que se satisfazem com o sangue cru, e os vampiros encarnados, que preferem comê-lo ou batê-lo até transformá-lo em chouriço de rótulo dourado! Infeliz humanidade terrena, ainda escrava de um círculo vicioso, em que os “vivos” dotados de razão trucidam os “vivos” irracionais para beber-lhes o sangue e devorar-lhes as carnes; e então, depois, enfrentam o cruciante sofrimento de verem os filhos ouparentes irem para o massacre organizado dos campos de batalhas! Estadistas, filósofos, psicólogos, sacerdotes, líderes espiritualistas e governos têm gasto toneladas de papel e rios de tinta em congressos, campanhas, empreendimentos e confraternizações para implantarem a paz do mundo e festejando tais congraçamentos com banquetes de vísceras sangrentas de aves e de animais, cujo sangue vertido é exatamente a causa da infelicidade das guerras! A Divindade jamais poderia rebaixar o seu espírito de justiça e amor por todos os seres, concedendo a paz e a ventura ao homem racional, que firma a sua existência sobre os escombros sangrentos do irmão menor!
Convertem-se os terrícolas em escravos do mundo oculto ao servir de “repastos vivos” dos espíritos tenebrosos, vinculados às paixões mais aviltantes! Por isso, o enfeitiçamento e a obsessão alastram-se no vosso mundo, nutridos pelo sangue derramado das aves, dos animais e dos próprios homens massacrados carmicamente nas guerras abomináveis! Jorra o sangue nos pisos dos matadouros e aviários modernos sob os gemidos cruciantes dos animais e aves indefesos; mas jorrará também o sangue humano nas ruas, praças, lares e campos floridos sob a lei de causa e efeito do Carma!
Magia de Redenção, embora não passe de um singelo relato mediúnico de muitos assuntos já conhecidos dos ocultistas estudiosos, também poderá servir para novas pesquisas e estudos acerca das atividades do Espírito na matéria. Não buscamos compilar obra meritória no sentido literário ou revelativo, mas, acima de tudo, oferecer modesto compêndio de ensinamentos tão velhos como o próprio homem. Basta-nos despertar em alguns leitores pensamentos e decisões mais prudentes em favor da maior vivência do Evangelho de Jesus, pois a impiedade para com o infeliz irmão menor gera o choque de retorno tão popularizado, de que “o feitiço sempre se volta contra o feiticeiro”! E jamais alguém se integra à vivência evangélica, quando o seu prazer e a sua ventura ainda dependam do sacrifício do mais ínfimo animal!
Curitiba, 15 de agosto de 1967
Ramatís
Nota de Ramatís: – Insistimos deliberadamente, nesta obra, e abordamos por diversas vezes em alguns capítulos, os assuntos sobre “éter-físico, prana ou vitalidade, duplo etérico e chacras”, porque se trata de temas que dentro em breve serão manuseados intensamente pelos espíritos em suas comunicações elucidativas da realidade espiritual.

FLUIDOS MATERIAIS E FLUIDOS ESPIRITUAIS





1º - Serão os fluidos correntes de electrônios?
2º - Serão essas correntes de duas naturezas – uma para atuar sobre a matéria e outra sobre o Espírito preso a essa matéria?
3º - A corrente espiritual será formada pelas ondas eletrônicas?
4º - O electrônio da corrente espiritual será o mesmo da corrente material?


1º – A ciência terrestre classifica o electrônio como a derradeira unidade de matéria, de carga elétrica negativa. No mundo do Infinitesimal, porém, temos um caminho ilimitado e progressivo a percorrer.
O homem, diante da incapacidade da sua estrutura e em face da sua zona sensorial limitada, não consegue ir além, no labirinto de segredos do microcosmo e, para que nos façamos entendidos, não podemos convir convosco em que os fluidos, de um modo geral, sejam correntes de electrônios, ainda mesmo considerando-se a necessidade de representar-se, com essa unidade, uma base para a vossa possibilidade de compreensão e de análise, porque os electrônios são ainda expressões de matéria em estado de grande rarefação.
2º, 3º e 4° – Embora sintéticas, pela sua construção fraseológica, essas proposições são bastante complexas em si mesmas.
As correntes de fluidos espirituais têm a sua organização particular e estão aptas a determinar a transformação das correntes de força material, em qualquer circunstância. Seria aconselhável nunca se confundir as ondas eletrônica com os fluidos de natureza espiritual. A matéria, atingindo sublimidades de quintessência, quase se confunde no plano puro do espírito, constituindo tarefa difícil para o eletromagnetismo positivar onde termina uma e onde começa outro.
Ainda agora, os cientistas, investigando a natureza da radioatividade em todos os corpos da matéria viva, perguntam ansiosos qual a fonte permanente e inesgotável onde os corpos absorvem, incessante e automaticamente, os elementos necessários a essa perene e inextinguível irradiação. No que se refere às ondas electrônicas ou aos elementos radioativos da matéria em si mesma, essa fonte reside, sem dúvida, na energia solar, que vitaliza todo o organismo planetário. O orbe terrestre é um grande magneto, governado pelas forças positivas do Sol. Toda matéria tangível representa uma condensação de energia dessas forças sobre o planeta e essa condensação se verifica debaixo da influência organizadora do princípio espiritual, preexistindo a todas as combinações químicas e moleculares. É a alma das coisas e dos seres o elemento que influi no problema das formas, segundo a posição evolutiva de cada unidade individual.
Todas as correntes electrônicas, portanto, ou ondas de matéria rarefeita, são elementos subordinados às correntes de fluidos ou vibrações espirituais; aquelas são os instrumentos passivos, estas as forças ativas e renovadoras do Universo.
Os corpos terrestres encontram no Sol a fonte mantenedora de suas substâncias radioativas, mas todas essas correntes de energia são inconscientes e passivas. Os Espíritos, por sua vez, encontram em Deus a fonte suprema de todas as suas forças, em perene evolução, no drama dinâmico dos sistemas. As correntes fluídicas no mundo espiritual são, pois, vibrações da alma consciente, dentro da sua gloriosa imortalidade.
Concluímos, assim, que há fluidos materiais e fluidos espirituais; que os primeiros são elementos inconscientes e passivos e os últimos a força eterna e transformadora dos mundos, salientando-se que uma só lei rege a vida, em sua identidade substancial. Nas ondas electrônicas, filhas da energia solar, chama-se-lhe afinidade, magnetismo, atração, e, nas correntes de fluidos espirituais, filhas da alma, partícula divina, chama-se-lhe misericórdia, simpatia, piedade e amor. Nessa lei única, que liga a Criação ao seu Criador e da qual estudamos os fenômenos isolados, desenrola-se o drama da evolução do espírito imortal.


Retirado do livro "Emmanuel - Dissertações Mediúnicas Sobre Importantes Questões
Que Preocupam a Humanidade", " - Chico Xavier/Emmanuel..