quarta-feira, 10 de agosto de 2011

CABOCLOS NA UMBANDA

CABOCLOS NA UMBANDA


Okê, Caboclo!
"Ele é o Rei e não pede licença
Ele é o Rei, Ele é o dono do Congá
Ele é Caboclo, Ele vem lá de Aruanda,
Ele é Sete Flechas
Ele vem pra trabalhar."


A denominação "caboclo", embora comumente designe o mestiço de branco com índio, tem, na Umbanda, significado um pouco diferente. Caboclos são as almas de todos os índios antes e depois do descobrimento da miscigenação.

Constituem o braço forte da Umbanda, muito utilizados nas sessões de desenvolvimento mediúnico, curas através de ervas e simpatias, desobsessões, solução de problemas psíquicos e materiais, demandas materiais e espirituais e uma série de outros serviços e atividades executados nas tendas.

Os caboclos, espíritos de índios, tidos como o braço forte da Umbanda, não trabalham somente nos terreiros como alguns pensam. Eles prestam serviços também ao Kardecismo, nas chamadas sessões de "mesa branca"., pois estes nossos irmãos depois de desencarnarem, ainda conservam um corpo espiritual bastante denso carregado de fortíssima vitalidade.

No panorama espiritual rente à Terra predominam espíritos ociosos, atrasados, desordeiros, semelhantes aos nossos marginais encarnados. Estes ainda respeitam a força. Os índios, que são fortíssimos, mas de almas simples, generosas e serviçais, são utilizados pelos espíritos de luz para resguardarem a sua tarefa da agressão e da bagunça. São também utilizados pelos guias, nos casos de desobsessão pois, pegam o obsessor contumaz, impertinente e teimoso, "amarrando-o" em sua tremenda força magnética e levando-o para outra região.

Os caboclos são espíritos de muita luz que assumem a forma de "índios", prestando uma homenagem à esse povo que foi massacrado pelos colonizadores. São exímios caçadores e tem profundo conhecimento das ervas e seus princípios ativos, e muitas vezes, suas receitas produzem curas inesperadas.

O caboclo boiadeiro está ligado com a imagem do peão boiadeiro - habilidoso, valente e de muita força física. Vem sempre gritando e agitando os braços como se possuisse na mão, um laço para laçar um novilho. Sua dança simboliza o peão sobre o cavalo a andar nas pastagens.

Enquanto os "caboclos índios" são quase sempre sisudos e de poucas palavras, é possível encontrar alguns boiadeiros sorridentes e conversadores.

O Caboclo Sucuri, é um índio traçado com boiadeiro. É um caboclo de descarrego e, dependendo de seu trabalho, ele assume uma forma ou outra. Traz atravessada no peito, sua enorme guia simbolizando a cobra sucuri, que é sua corda de caçador. Em geral, trabalha rodando sua guia por sobre a cabeça do consulente e depois a esfregando pelo seu corpo, para promover a limpeza do campo áurico. Invariavelmente a guia arrebenta... Conta ele, que seu pai é o caboclo Cobra Coral, que lhe ensinou a caçar e laçar.

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